terça-feira, 11 de março de 2014

O amor ao livro e à leitura.




"A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua.” Rui Barbosa

Do meu amor pelos livros, vem a vontade de querê-los a mim, os que são afeitos aos meus dizeres mais intrínsecos, e onde encontro alimento para a minha mente, que neles se identifica. 
Lembrei-me do encontro com José Mindlin, em 1997, e seu livro, comigo guardado na estante, 'Uma vida entre livros'.  O autor foi empresário, e formou a maior biblioteca privada do país, em sua casa,  iniciando sua ligação com os livros desde a infância. Como ele disse, sua biblioteca foi crescendo por si mesma. E relata as obsessões de um bibliófilo, a atração multiforme que o livro exerce naquele que possui paixão por ele, uma atração que vai muito além da leitura, embora seja esta um ponto de partida fundamental. Surge a atração pelo livro como objeto, e quando como objeto de arte, aí surge a busca da raridade. 'Muito mais que um colecionador, considero-me um leitor incansável e, o que é mais grave, um leitor indisciplinado. Leio muito desde a infância, livros sobre os mais variados assuntos, desde que atraiam o meu interesse. O que não gosto, e raramente acontece, é ler por obrigação.' '(...) eu me considerar um leitor indisciplinado, e a biblioteca, por tabela, também o ser. Ando sempre com livro, e é isso que me permite ler mais, porque minha leitura é feita da soma de pequenos períodos.'
'Qualidade excepcional dos títulos e do seu corpo material. Interessar-se por tudo, procurar tudo, ir canalizando alguma coisa e chegar ao equilíbrio entre o muito e o pouco, como leitor e como (permita-me ele o termo) 'colecionador' de tipo muito especial, porque está interessado principalmente no conteúdo, que é o alimento da sua busca de liberdade de espírito.' (Antonio Candido, prefácio). 
'Minhas afinidades com Montaigne, cuja obra li desde a mocidade, especialmente durante as aulas da Faculdade de Direito, em que geralmente ficava sentado no fundo da sala, lendo os Ensaios, e muita coisa mais, enquanto os professores liam, durante cinquenta minutos, em voz alta e geralmente monótona, suas preleções - que depois, em casa, eu lia em quinze.'