domingo, 18 de março de 2012

Além

Liberdade. Da vida em essência, a mais sentida. Raro que me encontrem. Sempre procurei o canto escondido, e moro no sossego.
Desconheço quantos céus sustêm o Universo, mas rogo que sejam condescendentes com as estrelas, as flores da Lua... grandiloquente, retém mistérios.
O que vejo no limiar da palavra? A solicitude do desconhecido. O que é lá além, não se diz-sabe.

Viviane Anetti        



quarta-feira, 7 de março de 2012

Moda

Minha moda é a do meu próprio estilo, meu mandamento é o conforto, aliado ao bom gosto, estar bem naquilo que para mim é segunda pele, a roupa.
Viviane Anetti

sexta-feira, 2 de março de 2012

Santos Sossegos

Origens remotas
Sair no risco, pisar o piso, da passarela nela falta
pés em conluio com a terra, o solo vivo, tenro,
históricas origens aletradas em tão passado barro.
Onde é meu povo ancião, antepassados mal feitos de memória,
sucumbentes ao cimento do porvir, do além-tempo, futuro do presente?
Calado no fundo do silêncio e da memória desertada.

Tardes
Um dia de reflexões perenes, vivazes, saboreando
as memórias e algumas imagens imaginadas...
Folheando as jornadas de liras em concertos,
poetar prosas em versos, maduras colheitas de
idéias escritas, enliabradas, endiabradas em
livros, liar solitudes...

Passageiros II
De cada canto do mundo, recebo o som de um
bater de vida.
Calcar os pés no chão e alterar a solidão, a mais solicitada, que
cada vez se disfarça num colorido, e se chama de
momento.
Navegando nos instantes, deleites a cada porto de
mar.
O rosto de algum, aqui ou acolá, modela o meu
olhar, temperos à venda para quem quiser comprar...
Assim é o sonho de quem viaja a lembrar.
Os segundos correm, cativos do tempo.
Entendam os mares, eles trazem mensagens. Alvissareiras,
celebram sorrisos e encontros. Ao
mar retornam, já desgastadas pelos ventos,
transbordam em sal, brilham sob a luz dos astros.
Enquanto gente há, de vislumbre, as mensagens
mudam os ares da verdade. E sempre revolvem,
ao seio do incognoscível.
Desencantos também carregam, num florido de céu.
Alegrias num farfalhar, entonteantes
no voadorim dos insetos coloridos, asinhas que
perpassam os suspensos desejos.

Pequenos seres nós
Caminhar pelas vielas, onde imagens se anunciam,
ora belas, ora por vezes indecisas. Um respirar no meu
peito, alívio de aroma fresco no ar, sempre que
novas janelas abrem trazendo em seus parapeitos
horizontes perfumados de azul. Caem folhagens e
gotas nas sombras filhas do sol. Poemas cantados?
Só passarinhos. Livres, deslizam como que
ilustrando as nuvens. E um pensamento visita
uma angústia bem morada no meu peito,
escondida de meus anseios cotidianos: que
infinitos, que caminhos desconhecidos
restarão tão assim... Apelo à literatura, único
mundo que abraça todos os estranhamentos.