'... uma parisiense * em qualquer lugar do mundo' (Sophie, Audrey, Caroline, Anne). 'Um livro divertido e inspirador que desvenda o jeito de ser das francesas. Com dicas nem sempre politicamente corretas, é claro...'
' As parisienses mais famosas são estrangeiras. É verdade... frequentemente, a parisiense vem de fora. Ela não nasceu em Paris, mas lá renasceu. Por exemplo:
Maria Antonieta, austríaca. Joséphine Baker, americana de Missouri, umas das maiores estrelas parisienses, não adotou apenas a nacionalidade francesa, mas tornou-se francesa de corpo e alma: juntou-se à resistência durante a Segunda Guerra Mundial, ficou famosa com a música J'ai deux amours, mon pays et Paris. Romy Schneider, a atriz de Sissi, a imperatriz descobriu em Paris a imprudência, o inconformismo e as noites em claro. Os franceses se apaixonaram imediatamente por essa vienense, admiravam seu charme, sua gentileza e sua fragilidade. Jane Birkin, inglesa, lições atemporais de estilo: o jeans usado, o trench coat, os tênis. '
~ No Café de Flore. Ela levanta o cardápio com as duas mãos. Como sempre, a mesma ideia assoma em sua mente: isso não é um cardápio, e sim um mapa. Uma expedição íntima, caótica, complicada, pela selva das suas neuroses alimentares. E, entretanto, ela sabe que terá que achar seu caminho sem tropeçar, sem deixar de sorrir e, sobretudo, sem transparecer todas as dúvidas que assomam o seu pensamento. Será que o homem em frente a ela se dá conta da dificuldade que é ser uma mulher nessa cidade?
É uma aventureira, e o demonstra orgulhosamente. Ela instaura uma diferença clara entre ela e as outras mulheres. Expõe sua audácia sem disfarces, sobre a mesa, como um troféu.
~ Ela não deixa de existir no dia em que tem um filho.
~ Escrever cartas que nunca serão enviadas * Gastar uma fortuna em lingeries que tampouco serão mostradas. * Amar com a mesma violência três homens em uma semana. * Viver com alguém na cabeça sem ao menos saber o seu nome. Eis o segredo da parisiense, o que mantém suas bochechas rosadas e o sorriso em seus lábios. Seu amor pelo amor. E ainda que o objeto amoroso mude, ainda que ela seja capaz de hoje amar um e, amanhã, outro: o sentimento perdura. Ela é completamente fiel, mas nem sempre ao mesmo homem.
~ Um processo de cristalização. Com o amor, é igual. No momento do encontro, o objeto amoroso está coberto de um verniz de perfeição que o torna extraordinário. Pelo menos foi assim que Sthendal, o escritor do século XIX, descreveu o estado amoroso em seu livro intitulado Do amor. Segundo ele, a cristalização é um estado passageiro, semelhante à loucura obsessiva, no qual o outro é idealizado. Frequentemente, a situação se extingue em pouco tempo. Mas com as parisienses é diferente. A parisiense é apaixonada pelo amor. Enlouquecidamente. Toda sua vida gira em torno dos batimentos de seu coração.
~ Elas são imperfeitas, desorganizadas, imprecisas, chegam até a ser engraçadas, atenciosas, curiosas, herdeiras de uma arte de viver tipicamente francesa. Fora da França, é uma fonte infinita de curiosidade. De onde vem esse jeito blasé, esse modo de ser chique sem parecer se esforçar nada para isso? Como elas cultivam essa forma tão particular de cabelo despenteado?
~ Esse desejo bem francês de transformar a própria vida em romance.
~ Se houver apenas um suéter no seu armário, que seja de caxemira. - Disfarce o esforço. Tudo deve parecer fácil e leve. - Que o seu look tenha sempre um detalhe descuidado. Já que o diabo está nos detalhes. - Cultura é como consumir produtos frescos: deixa a pele rosada. - Você é sua própria heroína, antes de mais nada. - Corte você mesma seus cabelos. - Esteja pronta para transar. Domingo de manhã na padaria, ao comprar no meio da noite, ou esperando as crianças na frente da escola. Nunca se sabe.
A moda domina o mundo. As parisienses dominam a moda.
A moda domina o mundo. As parisienses dominam a moda.
~ A parisiense pensa que é um modelo a ser seguido. Inunda o mundo com seus conselhos de vida em seus blogues ou livros. Ela já entendeu tudo.
Por exemplo, a parisiense deseja sempre se passar pelo seu médico - ela é um gênio. Dentista - não há nenhum à altura da arcada dentária dela. Ginecologista - o dela é o mesmo da Catherine Deneuve, claro. A parisiense, não satisfeita em ser esnobe, é tão esnobe que não sente nenhuma vergonha em gritar isso aos quatro ventos. E qual é o problema? A parisiense é arrogante.
Ela se cultiva da mesma forma que cultiva rabanetes na varanda: com amor. A parisiense está sempre atrasada. Ela tem coisas importantes para fazer, ao contrário de você. Ela nunca se maquia para um encontro romântico. Claro. Ela é naturalmente linda. Não precisa disso. Por outro lado, é capaz de passar batom antes de ir à padaria no domingo: e se ela cruzar com um conhecido? Se ela atravessa a rua fora da faixa? Ela se justifica dizendo que tem uma natureza rebelde. Aquelas pessoas na fila do sinal a deixam agoniada. Se eu tivessse que definir a parisiense em uma só palavra, essa parisiense que eu conheço tão bem, a palavra seria maluca.
~ O que não entra no armário de uma parisiense: logotipo. Você não é um outdoor. (...) Bolsa de marca falsificada. É que nem implante de silicone. Não é assim que se supera um complexo.
Na verdade, se a parisiense pudesse passar a vida toda usando só um trench coat da Burberry com nada por baixo, estaria no paraíso.
~ A virtude da peça nobre. Basta uma única peça: aquela que a gente usa quando precisa se sentir forte. A parisiense garimpa os brechós, as pontas de estoque ou o eBay. E lá, acha aquela peça que usará por toda a vida.
Uma peça cara, mas sobretudo imponente. É essencial que o resto do look seja simples. A peça nobre não é "chamativa", ela é um segredo. Uma peça atemporal, acima da moda. Que não seja exagerada, que não exiba a marca. Supérfluo absolutamente necessário, a peça nobre é uma atitude, uma arma a tiracolo, que faz com que a gente se sinta bem-vestida, invencível.
~ Ao natural. Como cuidar de si mesma de forma a levar a crer que você não cuida de si mesma. É a arte da beleza em sua versão parisiense.
Ela cultiva um tipo de caos capilar com diferentes níveis. Mas não se engane, é uma bagunça muito organizada.
... que os fios ganhem um peso que faz com que eles tenham um belo volume, quando presos em um coque.
~ A pele deve parecer natural. A pele deve ser mostrada, revelada, despida. Como? As francesas evitam usar base, que tem o mesmo efeito de uma mortalha, ela unifica; logo, banaliza.
Mais em breve...