“O sobredotado possui uma “força frágil”. Força, porque sua forma de pensar, muito intuitiva, muito rápida, suas emoções intensas dão a esta personalidade uma grande riqueza, uma imensa generosidade. Frágil, porque sua sensibilidade, as contradições que porta em si, tornam-no vulnerável. O ‘sobredotado” é como um objeto high tech, muito sofisticado... e por isso muito frágil.
Uma hipersensibilidade, uma hiperatividade (percepções sensoriais muito desenvolvidas), um pensamento que parece ir em todos os sentidos, um grande poder de associação (uma idéia chama outra), uma lucidez às vezes dolorosa a respeito de si mesmo e do mundo, uma exigência de absoluto nos sentimentos... Bem frequentemente, o “sobredotado” vive, e se vê viver. O sobredotado funciona em tudo ou nada. Mas, para ele, o tudo, é muito pesado. Muitos o vêem como 'débil'. Todo o turbilhão de pensamentos e de emoções tornam efetivamente difícil a passagem para a linguagem. Não chega a achar as palavras que poderiam traduzir seu pensamento no mais justo do que ele pensa e sente, no bom momento. O sobredotado pensa conforme seu coração. Ele se observa... Ao ponto de bem se conhecer; alguns se liberam habilmente de uma situação delicada, de um esforço permanente para agir “como os outros” ou ao menos como os outros esperam. Porém outros, pertencentes a esta categoria de população atípica, gerenciam mais dificilmente esta alteridade e, na falta de compreender do que chega até eles, seus percursos de vida são de fracassos. (trecho de um livro, editora francesa)