O colégio foi fundado há 90 anos e propõe valores humanistas e defesa da
liberdade, inspirado na cultura francesa e seus pensadores.
Cultura francesa
O Liceu Pasteur surgiu e se solidificou em São Paulo a partir
de sua estreita relação com diferentes organismos do governo da França, tanto no
campo pedagógico quanto cultural. “Os valores que defendemos são universais, mas
se desenvolveram nos últimos séculos a partir de uma série de pensadores e eventos
históricos da França, que se disseminaram pelo mundo”, lembra Claudio Kassab, vice-diretor
do Liceu.
O destaque maior deste trabalho pode ser conferido na
Unidade Vergueiro do Liceu, que foi criada nos anos 1960 para acolher alunos de
famílias francesas, mas que hoje recebe alunos de todas as nacionalidades. A estrutura
curricular segue o programa oficial francês, com algumas adaptações para se
enquadrar na legislação brasileira, e os alunos saem preparados para enfrentar o
Baccalauréat, que é o exame que qualifica os estudantes franceses para o Ensino
Superior. “Em nossa unidade mais antiga, na Rua Mairinque, a estrutura
curricular é brasileira e, além das aulas de Francês, estão sendo implantadas
uma série de atividades bilíngues em que os alunos têm acesso a diferentes aspectos
da cultura da França e de outros países francófonos”, explica o vice--diretor. Ele
conta ainda que uma das manifestações mais claras da influência do Liceu
Pasteur na Vila Mariana é o fato de essa região ter se tornado, nas últimas décadas, o maior polo de estabelecimento de famílias
francesas que chegam à cidade, para que os filhos possam estudar ali.
No dia 17 de maio de 1923, membros da sociedade paulistana e francesa constituíram a sociedade civil Lyceu Franco-Brasileiro "S. Paulo", que, anos mais tarde, viria a se tornar a atual Fundação Liceu Pasteur. O estatuto, que foi publicado no Diário Oficial do Estado de S. Paulo do dia 1º de junho de 1923, pode ser considerado a Certidão de Nascimento da escola, mas a história do Liceu é um pouco mais antiga do que isso.
Os entendimentos para a criação de uma escola que fosse ponto de difusão da cultura francesa em São Paulo haviam começado em 1908, quando George Dumas, em missão cultural, passou pela cidade e aqui se encontrou com brasileiros que haviam estudado em instituições de ensino francesas. A cidade, que contava então com apenas 300 mil habitantes, já dava sinais de um rápido desenvolvimento, e a sociedade local desejava sair do provincianismo e se integrar ao que havia de mais moderno no mundo, o que podia ser encontrado na França.
Paris era encontro de intelectuais e artistas de todo o mundo, além de ser grande centro universitário, científico, político e econômico. O projeto foi interrompido com a eclosão da I Guerra Mundial e retomado após o conflito. Em 1921, foi lançada a pedra fundamental do estabelecimento, no lugar onde fica o jardim central da escola. Em 1924, um ano após a sua fundação formal, Ramos de Azevedo colocou algumas salas do Liceu de Artes e Ofícios à disposição do Liceu Franco-Brasileiro para suas primeiras aulas. No ano seguinte, o edifício principal da escola já estava em pronto funcionamento. Desde então, gerações de professores e alunos passaram por estas salas de aula e corredores. Uma bonita história.
2013, www.liceupasteur.com.br